terça-feira, 27 de novembro de 2007

Breve volto

Amigos,

Ando distante deste espaço em novembro. Breve volto.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

UM PÃO SE PARTE

Era meio de tarde num caminhozinho entre Jerusalém e Emaús. Já havia se passado uns dias desde que as pessoas estavam tentando se habituar a viver sem Jesus. Muitas coisas havia acontecido desde a sexta-feira. A cidade ainda estava lotada de gente das mais diversas partes da palestina. O assunto dominante entre todas as conversas impressionadas era o assassinato de Jesus.

Para os seus discípulos, então, o choque do fato era muito maior. Perdeu-se o mestre. Ele fora morto.

Três anos e meio presenciando o extraordinário de modo diário. Os discípulos de Jesus já haviam se habituado a viver momentos de conturbação de multidões, aglomerado de gente o tempo inteiro desejando se aproximar de Jesus, tanto para ouví-lo como para ter dele algum tipo de benefício, algum favor, alguma “graça”, alguma intervenção. Evidentemente, os milagres também já faziam parte do dia-a-dia, além de tudo aquilo que podemos apontar como fatos fora da rotina interiorana das pequenas cidades da região de Israel.

Dessa forma, as referências mais comuns que poderiam ser feitas quando se mencionava o nome de Jesus eram: as multidões, o poder, a pregação, os milagres, as maravilhas. À reboque, ocorria aos discípulos todos os sonhos de utilização prática dessas prerrogativas em favor deles mesmos e da história política de Israel. Afinal: “Quando restaurarás o reino a Israel?”. “Quem de nós será o maior no teu reino?”.

Uma vez que Jesus fora retirado do cenário, a não única, mas principal falta sentida pelos discípulos dizia respeito à ausência de referências de poder, pois ele era “varão poderoso em obras”. Daqueles dias em diante, não haveria mais burburinhos, multidões, manifestações sobrenaturais de poder. Foi retirada deles a figura daquele que poderia ser o maior entre todos; aquele que se propunha a expor e denunciar toda a manipulação feita pelos anciãos em nome da religião local; aquele que tinha condições de enfrentar Herodes ou outra raposa qualquer com acúmulo de prerrogativas políticas.

Pensando nisso tudo, não parece absolutamente inacreditável e intrigante que após mais de 1200 dias ouvindo as revelações mais fantásticas a respeito da essência do ser humano, da vida, do reino, do Pai, da eternidade, eles sentissem falta da propaganda de Jesus? Da possível referência política de Jesus, numa perspectiva totalmente imediata? Para nós poderia parecer normal que depois do testemunho de episódios completamente esmagadores de toda lógica a mente dos discípulos estivesse fartamente eivada pelo admirável e pelo prodigioso.

Mas quando Jesus intercepta os dois discípulos no andar do Caminho, ele não faz nenhuma menção de todo o inacreditável que havia ele mesmo realizado entre o povo. Nenhum milagre. Ele não cita nenhum dos milagres, dos prodígios, dos sinais, dos confrontos, ou nem mesmo tentou tirar algum sumo de vida dos momentos em que ele esteve fazendo alguma coisa pública e admirável. Nada! Ele não falou nada a respeito disso. Jesus não caiu na tentação boba de aproveitar o momento de intensa confusão desses discípulos quanto à sua própria personalidade para supervalorizar a sua figura terrena digna de exaltação.

A grande necessidade que Jesus viu não era a de se explicar como ícone do poder. Mas a necessidade a ser saciada era a de que os discípulos tivessem para si mesmos o encontro com o Salvador. O objeto da discussão não era ele, mas os homens. A personalidade em questão naquela conversa de fim de tarde não era a do Jesus Nazareno, varão poderoso em obras e em palavras; mas a do Jesus Cristo, salvador todo aquele que se havia perdido, o manso e humilde de coração.

Para os de Emaús, assim como nós, o Nazareno deve ser mantido vivo a qualquer custo, enquanto o Cristo pode passar despercebido aos olhos desatentos e impressionados com a transitoriedade. O Nazareno é visto pelo que faz, enquanto o Cristo é visto pelo que é. O Nazareno se desdobra no tempo, enquanto o Cristo se mantém de eternidade a eternidade. O Nazareno salta aos olhos, enquanto o Cristo faz o coração arder.

Naquele final de tarde, Jesus pulverizou, de uma vez por todas, qualquer sobra de representatividade de poderes humanos que nós projetamos sobre ele. Ele não é como nós, e não autentica nenhuma de nossas produções vaidosas, por mais sinceras e bem intencionadas que sejam.

O Jesus adornado de autoridade terrena, mas não crido no coração de forma amorosa e simples é uma construção pagã tanto quanto qualquer Jesus esculpido em madeira ou gesso. É algo de mentira, construído para consumo da sede da religião humana, porque ela ama imagem e poder.

A verdadeira lembrança que fica no coração de quem olha para o Cristo se revela quando um pão se parte. Nessa hora, os olhos se abrem: É Ele. É o Senhor!

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Notas da Alma



ESPERANÇA



Quando estou só e o choro parece querer chegar
E um sentimento de temor
Como será o amanhã que eu não vejo e quer me assustar
Oh, meu Deus! Ajuda-me a confiar

Quando os sonhos se frustram
Ou parecem não se realizar
Quando as forças se acabam
Tudo o que eu sei é te adorar

Quando as feridas no meu coração não querem sarar
E me atrapalham a visão
Tuas promessas são tão grandes e as lutas querem me esmagar
Oh, meu Deus! Ajuda-me a avançar

Quando os sonhos se frustram
Ou parecem não se realizar
Quando as forças se acabam
Tudo o que eu sei é te adorar

Tua presença me aquieta a alma e me faz ninar
Como um bebê que não precisa se preocupar
A minha vida escondida em tuas mãos esta
Oh, meu Deus! Em Ti eu posso descansar

A esperança renasce
E a certeza de que perto estás
Tua paz me invade
Pois tudo o que sei é te adorar

A esperança renasce
E a certeza de que perto estás
Tua paz me invade
Pois tudo o que sei é te adorar

Pois tudo o que sei é te adorar
É te adorar

SOU EU




Sou em Jesus. Ser achado fora dele seria perder a vida.

Eu sempre achei muita pretensão alguém procurar se descrever. Sempre. Todas as referências que alguém possa fazer a gostos, preferências de estilo musical, lugares, pratos, manifestação artística que mais lhe apetece... Tudo isso parece tão superficial quanto um perfil de orkut.

Então porque pretenderia eu fazer uma descrição completa de mim mesmo? Jamais alguém conseguiria isso de mim. Se pessoalmente, minha timidez jamais faria um auto-retrato sem uma espécie de incômodo, nesse local virtual também dificilmente me exibiria de forma direta. Pra quê?

Quando você lê aqui, logo na chegada, que esse mini-espaço gostaria de ser eu mesmo, é porque não há intenções de me esconder, nem construir um outro ente. Penso numa espécie de virtualidade verificável à presença.

O interessante dos encontros humanos - verdadeiramente humanos - é que o máximo que alguém se permite apresentar é pelo nome. O resto é o saborear da vida, conhecer outro ser humano em todas as percepções que a ela permite, de forma que anos de convivência ainda são insuficientes para esse exercício.

O meu nome você já sabe, tá aqui em cima. O resto então é absorver pela leitura.

Fique à vontade.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Alvorada no meu quintal



Os céus proclamam a glória de Deus!

Um olhar da gratidão sobre a vida.

Além do céu, havia o aroma das árvores e o som dos pássaros que acordavam.

Louvado seja o Senhor!

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Acordes pra alma

Queria que todos pudessem ouvir essa canção, com poesia e acordes pra alma.

É meu estado hoje.

Me surpreendo com a qualidade da composição, os instrumentos, e a suavidades da voz do Beto Brisa.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

À tua revelia, teu começo e teu fim

Acordei pensando em ti. Pensando na forma como você se porta nesse mundo.

Achei muito esquisito, e lamentei muito o fato de você se ver sempre a avançar. Na verdade, você sabe que muitas outras vezes já te perguntei isso. Você segue seu rumo à revelia de tudo. Ninguém pode te parar, eu acho isso incrível.

Queria que você pudesse um dia querer parar durante o pôr do sol. Porque assim você poderia entender um pouquinho mais sobre essa sofreguidão humana que pede sempre por um momento de eternidade. Todo mundo gosta do pôr do sol, então você poderia facilitar as coisas. Eu mesmo queria que você parasse um pouco, nos desse a todos uma trégua. Mas já desisti. Só teve um irmão meu que um dia conseguiu impedir o progresso do teu trabalho tão... tão inexorável; mas já faz tempo, não sei se algum de nós conseguiria mais.

Então, quando o sol não consegue parar, e passa, vem a noite. Em algumas oportunidades queria saber também se você não deseja parar pra entender o que se passa nos corações quando a noite chega, aquela hora em que o trabalho cessa, e vem o período do descanso. E se alguém não descansa, também é por tua causa.

Nem a lua, nem a lua à pique, no meio do céu também te fez se aquietar. Todo mundo um dia parou para olhar, acho que só você nunca quis paralisá-la.

Acho que você fica chateado com a madrugada, porque pouca gente te percebe. Acho que é isso. Na madrugada todos ficam ansiosos, esperando o romper da aurora, igual ao guarda da noite.

Então, onde mora o teu sossego?

Andar contigo é inquietante, mas há quem já tenha encontrado teus atalhos. Há quem tenha encontrado paz e discernido o momento certo de saber ceder, e saber abraçar, juntar, coser, guerrear, amar, aborrecer. Há quem saiba fazer viva tua memória.

Queria saber se você é capaz de admitir o fio de desumanidade diluída em tua essência!

Se me utilizasse um pouco da delicadeza controversa que você tem, digo que deveria viver sozinho em sua própria autofagia e deixar a todos longe disso, ao invés de prender a tudo e a todos em tuas engrenagens; nada te escapa, nada te é inerte.

Custo a entender, mas sei que não cumpre seus próprios desígnios. Acho que você, assim como eu, é filho do Artíficie, arte do Desígnio. Desconfio que você também vem da eternidade; e que teu maior desejo é voltar pra lá.

Mas, amigo, você que distribui começos e fins a todos, sem saber o que é isso para si mesmo, queria que você soubesse que já não temo mais teu processo como outrora. Teu poder só vai até onde vão as células do meu organismo, desse meu tabernáculo; e hoje, não lhe cedo mais minha confiança, nem minha esperança, nem minha herança. De súbito, me soltei das teus laços e acabei te vencendo, olha só!

Por fim, sempre lamentei teu conchavo com a morte. Ela é teu legado pra quem fica por aqui. Mas eu já não sou mais aturdido nem por um, nem por outro.

Fique certo que, de mim, sempre terás respeito, reverência sincera. Mas tenho outro fim, querido tempo.

Com quem te é antitético, à tua revelia, fiz concerto. Acho que você o conhece. Saiba-se quem: Jesus, teu começo e teu fim.

MEU ENCONTRO COM SEU PAI - Carta a Caio Fábio e resposta

----- Original Message -----

From: MEU ENCONTRO COM SEU PAI

To: contato@caiofabio.com

Sent: Friday, September 21, 2007 4:35 PM

Subject: Meu encontro com Caio Fábio D'Áraújo

Querido Caião…

Também caí. Foi lindo cair. Caí de carinho e de amor por Caio.

Aliás, foi por ter caído primeiro em laços-de-amor-que-só-Jesus-explica por você primeiramente, isso no comecinho de 2004, que caí pelo Caio-pai depois. Pai de filhos com quem ele só esteve por algumas horas, como eu.

Foi por leu seu site, o site do Caio, que descobri a grandeza de seu pai.

‘Nasci’ em janeiro de 2000. Não te conhecia ‘de antes’. Só tinha ouvido falar, mas não tinha referências. Um colega me falou do seu site, comecei a ler (engolir) tudo... Aí fui perguntar pra alguns: “Cara, quem é Caio Fábio? Que vida impressionante é essa?” Foi então que soube de quem era, e o que tinha feito, os programas, a Vinde, e tudo o mais... Não me contentei, li o Confissões inteiro... Li tudo o que podia sobre você [livros], à medida que bebia o site... Até hoje...

Nunca tive a chance de te ver como tóten, como homem-de-ouro do Brasil. Só te conheci Caião... Meu amigo, apesar de nunca ter te visto... Coisa de ler o salmo 71 e chorar por você, orando. Coisa de te tratar como irmão, de me lembrar de você de manhã, como lembro daqueles que Deus me deu a cuidar. De certa forma, cuido de você também. Se estamos em Jesus, também posso dizer que adoro cuidar de você. E nunca te vi... Cuido pedindo a Jesus por ti, procurando saber... Cuido te ouvindo. E é tão bom dizer isso, irmão. Tão bom!!

Enfim... Nessas leituras fiquei com uma curiosidade imensa de conhecer um homem como seu pai. E quando tive a chance de ir à Manaus, fiquei me coçando pra quebrar minha timidez habitual, e com um pouquinho de cara-de-pau-santa, procurar ir lá na casa dele... Te escrevi, e você me passou o telefone dele; isso em Julho de 2005. E então foi tudo muito lindo. Lindíssimo. P-u-r-o A-m-o-r!!! Te escrevi um e-mail na ocasião, não sei se você chegou a ler. Mas copiei e reenvio , conforme está narrado no link: http://pmarceloalbuquerque.blogspot.com/2007/09/primeira-vez-que-o-vi.html.

Aqui também envio minha gratidão pelo fato de tê-lo conhecido: http://pmarceloalbuquerque.blogspot.com/2007/09/chorando-morte-de-um-dos-homens-mais.html

Caio, tinha muita coisa a te dizer, depois de quase quatro anos contigo, ler mais de 900 textos seus. Caminhando aqui de Fortaleza, dirigindo com o Amor-Jesus um pequeno rebanho, em torno de 60 pessoas. De quantas e quantas vezes Jesus me permitiu uma dose de crescimento a partir das coisas que você escreve e prega. Enfim...

Mas vou resumir tudo isso quando tiver a chance de te dar um abraço. E espero, que em Cristo, isso possa acontecer.

No mais, um cheirão, meu e de minha esposa Patrícia, para você e Adriana, além, é claro, de D. Lacy, suas irmãs Ana e Suely.

Paulo Marcelo Albuquerque

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Resposta:

Meu mano Paulo Marcelo: Graça e Paz!

Que saístes a ver? Uma castanheira da floresta? Um luminar? Um poderoso? Não! Fostes ver um homem entre uma muleta e uma bengala!

Porém, entre a muleta e bengala havia um homem, um dos grandes homens que em humildade escolhida passaram pelo mundo e que à semelhança de pedras preciosas foi achado pela prospecção do Espírito e retirado para os nossos sentidos pela broca da Graça.

Ontem cedo fui andar por algumas partes da floresta onde papai construiu algumas coisas singelas [entre tantas não singelas no tamanho, porém, sempre singelas no modo, no material e no espírito arquitetônico].

É uma barragem linda, para criação de peixes, no meio da mata. Ele represou um córrego e o transformou num lago de 300 por 70 metros e o encheu de peixes. O lindo é que o lago fica coberto em boa parte pelas longas copas das árvores que o cercam, as quais derramam seus frutos na água e ajudam a manter os peixes comendo aquilo que a eles dá seu sabor amazônico característico [o que não é verdade acerca dos peixes criados em cativeiros e alimentados à base de ração].

De lá fui até a uma RODA-D’ÁGUA, e que coleta água de uma fonte de água mineral e a lança para cerca de dois quilômetros de distância para os pontos de recepção daquela preciosidade. De modo que lá na casa dele na floresta se bebe, se toma banho e cozinha-se com água mineral empuxada da fonte apenas pela energia gerada pela própria água girando a roda que bombeia a água dali para seus pontos de coleta.

Ambos os lugares são mágicos e completamente encantados. Plantados no meio da mata e de acesso não tão simples.

Isaías, amigo local, caboclo; discípulo de trabalhos de meu pai; hoje também irmão na mesma fé — estava comigo.

E ele ficava me contando, enquanto chorava, e eu também, de como cada coisinha tinha sido construída pelo aleijado, velho e cego [15% de visão lateral em um dos olhos].

“A gente botava ele num carrinho de mão e a gente trazia o pastor. Ele ficava fazendo perguntas. Queria saber tudo. Mandava a gente medir, tirar nível, e tudo. A gente nem sabia o que era, mas a gente obedecia. A gente confiava nele. Depois ela mandava a gente limpar os lugares. Então aparecia... E ele começava a dizer o que seria... A gente ficava olhando... Então começava... Ele vinha carregado por nós no carrinho... Ficava aqui... Bem aqui, ó. Posso até ver... [e chorava]. Ficava dando as instruções, e corrigindo... O dia todo. Na hora do almoço ele ficava na mata. Mandava a gente ir comer e só voltar duas horas depois. A gente falava: ‘Mas pastor, e as onças? E os bichos?’ Ele só ria... ‘Podem ir. Fico aqui comendo laranja e meditando. Tem até umas macaquinhos para me distrair... Também tenho que pensar nas coisas que temos que fazer. Podem ir...’ E era assim... Eu é que não conseguia comer em casa e logo estava voltando... Lá estava ele... Bem aqui, ó. E tudo ficava assim, lindo. Tudo é muito lindo. E tudo o que eu sei aprendi com ele. Eu não sabia nada, e o que sei hoje ele me ensinou. De construção até Jesus. Tudo com ele... Está sendo muito difícil... Mas Deus vai ajudar.. Ele dizia: ‘Meu filho, quando Jesus me levar, não esqueça o que aprendeu. Vai ajudar você a vida toda. Guarde com você. É muito melhor que dinheiro...’”.

E ele até deixou surpresas para nós. Surpresas de alegria. Lembranças, presentes, cuidados e carinhos... Sim! E propositalmente os deixou guardados para nos serem revelados apenas quando ele aqui já não estivesse. Queria nos alegrar com seu amor no nosso luto por ele. E conseguiu. Sim, não pelas coisas carinhosas, mas pela premeditação em amor, e pelo espírito de consolação que estava presente em cada um desses gestos...

Suely, minha mana, me disse: “Que coisa linda aquele velhinho! Até depois de ir... - nos surpreende com o amor e os cuidados dele!”.

À semelhança de José ele deixou instruções de fé sobre tudo, e se organizou em fé para depois que aqui já não estivesse.

Assim, meu mano, o que lhe digo é que você conheceu uma das criaturinhas mais especiais que passaram por esse chão de morte e dor; e que andou sobre brasas e não se queimou, e que visitou abismos e não se afogou, e conheceu milhares de dores e não se queixou; ao contrário: transformou-as em saborosos pratos de gratidão, os quais ele servia como um perpétuo garçom da vida.

Obrigado por todo o seu carinho!

Nele, que nos dá alegrias que são mais fortes do que a morte,

Caio

22/09/07

Manaus

AM

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Minha fé não é aquilo em que acredito

A distinção mais útil que encontrei nesta caminhada foi a que estabeleceu Jacques Ellul entre fé e crença. Crença é aquilo que professamos acreditar; é o contéudo doutrinário peculiar à nossa facção religiosa, expresso com palavras muito bem escolhidas em nossas declarações de fé. Não há, por outro lado, conjunto de palavras suficiente para definir adequadamente a fé. Nossas crenças são passíveis de exposição, mas nossa fé é questão pessoal – seu conteúdo é o mistério tremendo, a tensão superficial entre eu e o universo, entre eu e o desconhecido, entre eu e o futuro, entre eu e a morte, entre eu e o outro, entre eu e Deus.

Os religiosos de todas as estirpes vivem em geral muito mais preocupados com as filigranas da crença do que com a vivência da fé – e posso dizê-lo por experiência própria. As divisões que fazemos questão de estabelecer entre a nossa e as demais facções da cristandade, e entre a cristandade e as outras heranças religiosas, estão fundamentados, naturalmente, em diferenças de crença. Às vezes dizemos que diante de Deus o desafio da fé é o mesmo para todos, mas agimos claramente como se nossa identidade de cristãos e de seres humanos fosse adequadamente definida pelo teor de nossas crenças. Sentimo-nos devidamente legitimados, devidamente representados, pela felicidade de pertencermos ao grupo ou denominação que professa (ao contrário, naturalmente, de todas os outros grupos ou denominações) a crença mais pura, destilada e correta. Fingimos que nos dobramos diante de Deus e de seu Cristo, mas nosso cristianismo é ortodoxolatria.

“A fé”, explica Ellul, “isola o indivíduo; a crença, (qualquer que seja, inclusive a cristã) ajunta pessoas. Na crença nos vemos unidos a outros na mesma corrente institucional, todos orientados em direção ao mesmo objeto de crença, compartilhando das mesmas idéias, seguindo os mesmos rituais, arrolados na mesma organização, falando o mesmo dialeto.”

Diante disso, sinto-me cada vez menos inclinado a responder aos que perguntam em que acredito, ou aos que levantam-se em indignação quando ouvem a temerária confissão de alguma crença minha (”O quê? O Brabo acredita na evolução?” “O quê? O Brabo não condena a fé dos católicos?” “O quê? O Brabo crê que igreja bem-sucedida é a que fecha as portas?” “O quê? O Brabo acredita em [inserir crença arbitrária aqui]”). Sinto-me cada vez menos motivado a responder aos que perguntam sobre minha tradição religiosa, a qual denominação pertenço, se faço parte de alguma igreja, se endosso determinado autor ou se fico devidamente escandalizado diante de determinada barbárie doutrinária.

Não devo iludir a mim mesmo ou a quem quer que seja dando a impressão de que resta algo de importância na vida espiritual (ou na vida) que não seja a fé, e – minha gente – minha fé não é aquilo em que acredito. Minha fé não está naquilo em que acredito, e nem poderia estar. Minha fé não é adequadamente expressa por aquilo em que acredito, e nem poderia ser.

Em primeiro lugar, porque minhas crenças mudam, mesclam-se e transformam-se constantemente. Minhas crenças nascem, reproduzem-se e morrem num plano totalmente independente do desafio que está na fé. Em segundo lugar porque, como lembra Ellul, “toda crença é um obstáculo à fé. As crenças atrapalham porque satisfazem a nossa necessidade de religião”. Quem pergunta aquilo em que acredito está tentando estabelecer comigo a mais rasteira das conexões; está querendo legitimar a sua crença a partir da minha, e isso não tem como ser saudável para ninguém.

Quem se abraça dessa forma à crença está buscando, evidentemente, o conforto do terreno conhecido e palmilhado. “A crença é confortadora”, observa Ellul. “A pessoa que vive no mundo da crença sente-se segura”. A fé, por outro lado, é coisa terrível, a que ninguém em são juízo deveria aspirar. A fé deixa-me sozinho com um Deus que pode não estar lá.

A fé convida-me a um grau de liberdade que posso não ter o desejo de experimentar.

A fé quer tirar-me da zona de conforto da crença e levar-me para regiões de mim mesmo e dos outros aonde não quero ir.

A fé pressupõe a dúvida, a crença exclui a dúvida. A crença explica sensatamente aquilo em que acredito, a fé exige loucamente que eu prove.

Nossas crenças são âncoras de legitimação, que nos mantém seguros no lugar mas nos impedem de seguir adiante – o que, convenhamos, é muito conveniente. Quem iria em sã consciência escolher abandonar o abraço confirmatório da crença comum e dar um passo em direção à vertigem da fé, ao desafio de tornar-se um indivíduo separado, distinto e singular (numa palavra, santo) diante de Deus? Queremos voltar para o Egito, onde havia cebolas; não suportamos o desafio constante, sempre iminente, sempre exigente, do deserto.

Não tenho como recomendar a crença; sua única façanha é nos reunir em agremiações, cada uma crendo-se mais notável do que a outra e chamando o seu próprio ambiente corporativo de espiritualidade.

Não tenho como endossar a crença; não devo dar a entender que a espiritualidade pode ser adequadamente transmitida através de argumentos e explicações.
Não devo buscar o conforto da crença; o Mestre tremeu de pavor e não tinha onde reclinar a cabeça. Não devo ouvir quem pede a tabulação da minha crença; minha fé não é aquilo em que acredito.

Nunca deixa de me surpreender que para o cristianismo Deus não enviou para nos salvar um apanhado de recomendações ou uma lista suficiente de crenças, mas uma pessoa. Minha espiritualidade não deve ser vivida ou expressa de forma menos revolucionária. Não pergunte em que acredito. Mande um email, pegue uma condução, venha até minha casa, tome um café na minha mesa e aceite o meu abraço. Não devo esperar ato maior de fé, e não tenho fé maior para oferecer.

De: Paulo Brabo, no site do Bacia das Almas.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Casal descobre ser amante um do outro na web e se divorcia

Um casal bósnio está se divorciando, depois de descobrir que um traía o outro em chats na Internet. Detalhe: eles começaram o relacionamento virtual usando pseudônimos, e só descobriram a verdade quando combinaram um encontro real com os "novos parceiros".

Sana Klaric, 27 anos, e seu marido Adnan, 32, usavam os nomes de "Sweetie" e "Prince of Joy" em salas de bate-papo. Conheceram-se e iniciaram uma relação, confidenciando-se mutuamente os problemas que tinham em seu casamento. Os dois, de acordo com reportagem publicada no site Metro.co.uk, estavam convencidos de terem finalmente encontrado sua alma gêmea.

Então, resolveram marcar um encontro real para se conhecerem e descobriram a verdade. Agora, o par está em processo de divórcio, e um acusa o outro de ter sido infiel.

"De repente, eu estava apaixonada, era maravilhoso, parecia que ambos estávamos amarrados no mesmo tipo de casamento infeliz", contou Sana. "Depois, me senti tão traída", disse.

Adnan, continua sem poder acreditar no que aconteceu. "É difícil pensar que Sweetie, que escreveu coisas tão maravilhosas para mim, é na verdade a mesma mulher com quem me casei e que, por anos, não foi capaz de me dizer uma única palavra agradável".


Redação Terra


terça-feira, 18 de setembro de 2007

Primeira vez que o vi...




Escrevi o texto abaixo logo que cheguei de Manaus, em julho de 2005. O texto tem como interlocutor o Caio Fábio Filho, sendo um relato da primeira vez que estive com seu pai.

Depois dali, estive com ele outras duas vezes, uma em agosto, e a última em setembro do mesmo ano. Nesta oportunidade fui convidado a tomar um creme de cupuaçu, feito especialmente para a ocasião, preparado pela D. Lacy. Pretendo falar sobre esse momento ainda uma outra vez. Por hora, fica essa lembrança aqui.
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Caro Caio Fábio, tudo em paz?

Mês passado, eu te escrevi perguntando se poderia ir visitar seu pai, e você me forneceu o telefone dele. A trabalho, precisei ir à Manaus. Liguei pra ele na segunda-feira à tarde.

Toda a vontade de conhecê-lo veio da leitura do site, logicamente, onde você faz muitas referências a ele, além de alguns livros, principalmente aquele em que você relata as cirurgias que ele fez. Sempre o identifiquei como um homem extremamente amoroso. Ao longo dos meus cinco anos de nascido, tenho tido o prazer e a graça de encontrar homens de verdade, e na Verdade. Todos eles foram referência na minha vida. E imaginava que se pudesse encontrar o Pr Caio teria mais uma vez esta oportunidade de ouvir e aprender muitas coisas conforme a Palavra e a prática dedicada e genuína da Palavra na vida.

Ele me “chocou” com amor logo quando o liguei, e contei: “Meu nome é Marcelo, sou de Fortaleza, estou aqui a trabalho. Certa vez, escrevi para seu filho perguntado se poderia visitá-lo, caso viesse a Manaus. Aqui estou, e gostaria de saber se haveria a possibilidade de visitá-lo. Será que eu poderia ir?” Ele disse: ”Meu querido, claro que sim. Minha casa nunca foi minha. Ela está aberta para você. Venha. Assim como você tem prazer em me conhecer, eu também terei muita alegria em conhecer você”. Aquilo me surpreendeu. Fui surpreendido pela alegria, como diria CS Lewis. Ele me forneceu o endereço. Ao final da tarde, peguei um motorista da empresa e fui. Era umas quatro e pouquinho da tarde.

Ao chegar e vê-lo de perfil, o achei parecido com você. Sua mãe veio me receber também. A conversa fluiu de uma maneira maravilhosa. Ele contou sobre os parentescos cearenses. Contei também os motivos que me levaram até a ele, e de como o previa como um homem do amor. Perguntou sobre meu trabalho, minha vida... Fez questão de me apresentar à ‘esposa dele’, dizendo: - Lacyzinha, venha cá minha queridinha, venha conhecer o Marcelo... Ela me suporta há 52 anos...

Achei lindo. Depois, foi engraçado foi quando sua mãe olhou pra mim e falou:

- Desculpa eu perguntar, mas quantos anos você tem?

Antes de eu responder, ele alegremente perguntou:

- Posso arriscar, posso arriscar?!

Eu ri e disse: - Certamente.

Ele: - Trinta! Balancei a cabeça que não...

Sua mãe: - Vinte e cinco!

Eu disse: - Vou ficar entre os dois. Vou fazer vinte e sete.

Todos rimos gostosamente...

Outro momento com D. Lacy foi quando ela me perguntou há quanto tempo eu era casado. Respondi: “Um ano e um mês hoje, dia 11/07/05”. Ela se preocupou se eu já tinha cumprimentado minha esposa pela data. Me recomendou que eu nunca esquecesse destas coisas, pois são importantes no casamento. Achei lindo isso nela. Daí pra frente tanto ela quanto seu pai a tratavam agora pelo nome – Patrícia – demonstrando assim atenção pela minha vida e pela conversa.

No mais, Caio, tudo que seu pai disse me marcou pela profundidade do ensino e pela constatação da estrita proximidade entre o que se conhece na Palavra e a experiência de vida dele. Ambos os aspectos os encontrei em união nele, além de tudo que ele me falava sobre o crescimento até a estatura de varão perfeito. Esses ensinamentos ocuparam maior parte do nosso tempo de conversa.

Fiquei ali o olhando fixamente, absorvendo tudo o que ele dizia, observando os olhinhos dele piscarem, ele sorrir de leve, enquanto ficava em oração interior de ação de graças por aquela oportunidade primeira – e espero que não única – de poder conversar com eles.

Certo momento eu fiquei constrangido devido à demora do motorista em retornar pra me pegar, pois já sentia que ele cansava de falar, e queria descansar. Procurei então falar um pouco mais das minhas impressões do Evangelho, e sobre a minha resistência e ‘medo’ quanto ao chamado ao ministério pastoral que Deus tem feito em meu coração.

Nesta hora, ele olhou pra mim e me perguntou:

- Posso lhe chamar de filho?

Derretidamente, eu disse:

- Claro, pastor... Depois não tive mais palavras.

Então, continuaram, tanto ele quanto sua mãe, a me falar de 3 tipos de pastores: os feito-a-si-mesmos, os feito-pelos-outros, e os realmente chamados e vocacionados por Deus; disse que ele observava em mim talentos, e que se assim fosse, Jesus certamente falaria profundamente ao meu coração, de forma a não me deixar em dúvida. Dentro de mim, é justamente isso que eu oro e observo Jesus fazendo, e muito disso pelo seu site. No início da conversa, ele mencionou que, como advogado convertido, sentia uma grande inadequação, e que logo decidiu abandonar a Advocacia. Confessei a mesma inadequação como engenheiro hoje, e ele reiterou que logo Jesus completaria a convicção em mim.

D. Lacy declarou:

- Marcelo, sua visita está sendo muito agradável. Pr. Caio arrematou dizendo que achou maravilhoso como nós nunca nos vimos, mas como nos identificamos rapidamente, como se já tivéssemos nos visto antes. E na sabedoria dele, disse que isso é um sinal de Cristo na vida das pessoas, quando elas se identificam como parte de um mesmo corpo... E se sentem extremamente satisfeitas em compartilhar da vida de Cristo juntos.

No finalzinho, pedi que ele orasse. Ele mencionou que Jesus, em suas surpresas santas, nos preparou aquele momento. Ele e sua mãe oraram muito por mim e por minha esposa, para que fôssemos amigos, etc.

Já indo embora, nos levantamos e falei:

- Pr Caio, poderia dar um abraço no senhor?

Ele respondeu:

- Já estou me levantando pra isso, meu querido irmão...

O abracei. Ele me beijou no pescoço. Depois delicadamente segurou minha mão e a beijou... Logicamente eu também segurei carinhosamente a mão dele e a beijei.

Ora Caio, esse foi o desfecho que eu também não esperava nunca. Foi a parte que mais me emocionou. Eu é quem deveria beijá-lo a mão, e talvez nem o fizesse com a mesma espontaneidade que tenho com as senhoras mais carinhosas de minha igreja. Mas ele fez sem a menor cerimônia. Isso foi demais. Pensei na hora: “ - Puro amor”.

Concluindo falei:

- Pr Caio, no avião pra cá, vinha ouvindo do diretor da minha empresa grandes elogios e promessas profissionais. Mas isso não me encanta nem um pouco, e perco isso tudo por amor a Deus. O Senhor Jesus sabe que me faz verdadeiramente feliz em momentos como este. Jesus me dá amor assim!

Ele só sorriu.

Abracei e beijei também D. Lacy, tão cheirosinha. Ela se despediu dizendo que caso eu volte em Manaus, os ligasse que ela prepararia um almoço, ou coisa parecida.

De forma, Caio, tendo recebido tanto amor e carinho, mesmo num primeiro contato, só posso dizer o que disse (no linguajar cearense) pra um amigo, quando cheguei ontem:

- Pense... Pense... num cabra crente...!!!

- PURO AMOR E SABEDORIA!!!!

Ao que ele respondeu:

- eeeeeeiiiiiita...

Foi assim, irmão “Caio Filho”, minha tarde inefável em Manaus com o “Caio Pai”... O Senhor me presenteou totalmente!

Aproveito e declaro o enorme bem diário que Jesus tem feito à minha alma através de sua vida, nos últimos 18 meses. Todos ao meu redor têm visto, e tem sido também levados à mesma fonte eletrônica. Sempre, em oração, louvo a Deus pela sua vida. E agora, eu e minha esposa oraremos sempre por Pr Caio e D. Lacy.

Em Cristo,

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Chorando a morte de um dos homens mais amorosos que conheci na vida


Chama-se Caio Fábio D'Araújo.

Foi realmente um período de 40 dias no deserto. Fiquei daqui de Fortaleza acompanhando pelo site do Caio Fábio Filho, e a cada postagem dele ficava lembrando das poucas mas marcantes horas que em que tive o imenso privilégio de conhecer, ouvir, a beber da sabedoria imensa, pra não dizer imensurável que ele tinha. E ficava ali, olhando e imaginando como seria bom se o mundo inteiro pudesse ouvir aquilo tudo.

A cada notícia ou história que lia ficava dizendo: "É verdade, sim. Ele é desse jeito". E me ia nas lembranças.

Parece exagero? Não sei, mas arrisco, sim, dizer que posso dividir minha curta caminhada com Jesus em dois momentos: antes e depois de tê-lo conhecido. Perdoem-me todos, mas as referências mais humanas que tive de servos ainda não podiam alcançar a estatura daquele homem pequeno, mas gigante. O exalar do cheiro de Jesus, o imenso carinho, a tranquilidade e a intensa capacidade de fazer referência ao Evangelho em todo e qualquer assunto, usando de todos os tesouros da Palavra, que para ele, já não estava somente presa à Bíblia, nem gravada na mente pela força do intelecto; mas estava viva, muito viva pela extrema assimilação espiritual, a escolha do tesouro mais precioso, pelo conhecimento experiencial. Ah, vai ficar sempre em lembrança comigo...

Descrever é pouco, e não consigo. Não tenho como conseguir expressar... Quem lê, por favor, não entenda por exagero. Procure entender somente que existe realmente alguma coisa que senti ali, estando diante dele, que nenhum leitor vai poder mesmo entender. É coisa que só Jesus explicaria.

Pulou meu coração quando li o recado de sua morte. Passei a madrugada toda sonhando com ele, e sonhando que ele ressuscitava. Mas sei que isso não ficar preso às teias do meu sonho. Ainda o verei, meu amigo...

Chorei ao ver as fotos do sepultamento: "Foi plantada uma semente nesse chão".

O amor foi aprendido ali. Aprendi. Vi, toquei, abracei, beijei-lhe a carequinha...

Ainda o verei novamente. Ah, tenho essa certeza.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Se eu quisesse que meu blog fosse eu, você entenderia?



Pois é. Respondi à: “Qual o teu objetivo aqui?”

Essa pergunta foi me feita por um amigo, que me ajudou a dar início a esse ambiente. E direto e certo como procura ser, me fez essa pergunta, e geralmente as perguntas que ele me faz têm o poder de me fazer pensar, mesmo que elas sejam comuns.

Então fui eu mesmo na resposta. - Se eu quisesse que meu blog fosse eu, você entenderia?

Porque é assim mesmo que eu procuro andar nesse chão. Não ao acaso, mas despreocupado com intenções subjetivas. Sem uma estratégia armada que me tire o saber formular reações aos sabores da caminhada. Que caminhada? Só a minha.

Ora, sou eu mesmo, e é isso que quero ser, aqui e onde for. A única coisa que sou é um crescimento, um prazer de ir adiante, mesmo que às vezes estacione para olhar ao redor. Isso ninguém me arranca. Sou um crescimento.

Não para ser maior, mais alto, melhor que quaisquer outros, porque uma coisinha em que tenho crescido é a apagar qualquer referencial de ideal humano. Quero ser o melhor projeto de mim mesmo.

Então não espere. Esse blog não tem objetivos. Só quero ser eu mesmo. Já começo desistindo. Às vezes sou assim. E quando começo assim, sinto prazer de descansar na fé que não vem de mim para chegar ao fim.

Não tenho lá muito carisma. Mas chegue, se quiser ser meu amigo. Vá ficando. Sente à mesa comigo, vamos ceiar à Vida, ao Caminho e à Verdade. É com Ele que estou. É Dele que sou. E diante Dele você me verá. Só por Ele sou!

Mas se você estiver aqui, uma coisa experimentará: o sabor vivência de um coração cheio de gratidão pela benevolência da Graça.

Pronto. Está posto. Muito prazer.