----- Original Message -----
From: MEU ENCONTRO COM SEU PAI
Sent: Friday, September 21, 2007 4:35 PM
Subject: Meu encontro com Caio Fábio D'Áraújo
Querido Caião…
Também caí. Foi lindo cair. Caí de carinho e de amor por Caio.
Aliás, foi por ter caído primeiro em laços-de-amor-que-só-Jesus-explica por você primeiramente, isso no comecinho de 2004, que caí pelo Caio-pai depois. Pai de filhos com quem ele só esteve por algumas horas, como eu.
Foi por leu seu site, o site do Caio, que descobri a grandeza de seu pai.
‘Nasci’ em janeiro de 2000. Não te conhecia ‘de antes’. Só tinha ouvido falar, mas não tinha referências. Um colega me falou do seu site, comecei a ler (engolir) tudo... Aí fui perguntar pra alguns: “Cara, quem é Caio Fábio? Que vida impressionante é essa?” Foi então que soube de quem era, e o que tinha feito, os programas, a Vinde, e tudo o mais... Não me contentei, li o Confissões inteiro... Li tudo o que podia sobre você [livros], à medida que bebia o site... Até hoje...
Nunca tive a chance de te ver como tóten, como homem-de-ouro do Brasil. Só te conheci Caião... Meu amigo, apesar de nunca ter te visto... Coisa de ler o salmo 71 e chorar por você, orando. Coisa de te tratar como irmão, de me lembrar de você de manhã, como lembro daqueles que Deus me deu a cuidar. De certa forma, cuido de você também. Se estamos em Jesus, também posso dizer que adoro cuidar de você. E nunca te vi... Cuido pedindo a Jesus por ti, procurando saber... Cuido te ouvindo. E é tão bom dizer isso, irmão. Tão bom!!
Enfim... Nessas leituras fiquei com uma curiosidade imensa de conhecer um homem como seu pai. E quando tive a chance de ir à Manaus, fiquei me coçando pra quebrar minha timidez habitual, e com um pouquinho de cara-de-pau-santa, procurar ir lá na casa dele... Te escrevi, e você me passou o telefone dele; isso em Julho de 2005. E então foi tudo muito lindo. Lindíssimo. P-u-r-o A-m-o-r!!! Te escrevi um e-mail na ocasião, não sei se você chegou a ler. Mas copiei e reenvio , conforme está narrado no link: http://pmarceloalbuquerque.blogspot.com/2007/09/primeira-vez-que-o-vi.html.
Aqui também envio minha gratidão pelo fato de tê-lo conhecido: http://pmarceloalbuquerque.blogspot.com/2007/09/chorando-morte-de-um-dos-homens-mais.html
Caio, tinha muita coisa a te dizer, depois de quase quatro anos contigo, ler mais de 900 textos seus. Caminhando aqui de Fortaleza, dirigindo com o Amor-Jesus um pequeno rebanho, em torno de 60 pessoas. De quantas e quantas vezes Jesus me permitiu uma dose de crescimento a partir das coisas que você escreve e prega. Enfim...
Mas vou resumir tudo isso quando tiver a chance de te dar um abraço. E espero, que em Cristo, isso possa acontecer.
No mais, um cheirão, meu e de minha esposa
Resposta:
Meu mano
Que saístes a ver? Uma castanheira da floresta? Um luminar? Um poderoso? Não! Fostes ver um homem entre uma muleta e uma bengala!
Porém, entre a muleta e bengala havia um homem, um dos grandes homens que em humildade escolhida passaram pelo mundo e que à semelhança de pedras preciosas foi achado pela prospecção do Espírito e retirado para os nossos sentidos pela broca da Graça.
Ontem cedo fui andar por algumas partes da floresta onde papai construiu algumas coisas singelas [entre tantas não singelas no tamanho, porém, sempre singelas no modo, no material e no espírito arquitetônico].
É uma barragem linda, para criação de peixes, no meio da mata. Ele represou um córrego e o transformou num lago de 300 por
De lá fui até a uma RODA-D’ÁGUA, e que coleta água de uma fonte de água mineral e a lança para cerca de dois quilômetros de distância para os pontos de recepção daquela preciosidade. De modo que lá na casa dele na floresta se bebe, se toma banho e cozinha-se com água mineral empuxada da fonte apenas pela energia gerada pela própria água girando a roda que bombeia a água dali para seus pontos de coleta.
Ambos os lugares são mágicos e completamente encantados. Plantados no meio da mata e de acesso não tão simples.
Isaías, amigo local, caboclo; discípulo de trabalhos de meu pai; hoje também irmão na mesma fé — estava comigo.
E ele ficava me contando, enquanto chorava, e eu também, de como cada coisinha tinha sido construída pelo aleijado, velho e cego [15% de visão lateral em um dos olhos].
“A gente botava ele num carrinho de mão e a gente trazia o pastor. Ele ficava fazendo perguntas. Queria saber tudo. Mandava a gente medir, tirar nível, e tudo. A gente nem sabia o que era, mas a gente obedecia. A gente confiava nele. Depois ela mandava a gente limpar os lugares. Então aparecia... E ele começava a dizer o que seria... A gente ficava olhando... Então começava... Ele vinha carregado por nós no carrinho... Ficava aqui... Bem aqui, ó. Posso até ver... [e chorava]. Ficava dando as instruções, e corrigindo... O dia todo. Na hora do almoço ele ficava na mata. Mandava a gente ir comer e só voltar duas horas depois. A gente falava: ‘Mas pastor, e as onças? E os bichos?’ Ele só ria... ‘Podem ir. Fico aqui comendo laranja e meditando. Tem até umas macaquinhos para me distrair... Também tenho que pensar nas coisas que temos que fazer. Podem ir...’ E era assim... Eu é que não conseguia comer em casa e logo estava voltando... Lá estava ele... Bem aqui, ó. E tudo ficava assim, lindo. Tudo é muito lindo. E tudo o que eu sei aprendi com ele. Eu não sabia nada, e o que sei hoje ele me ensinou. De construção até Jesus. Tudo com ele... Está sendo muito difícil... Mas Deus vai ajudar.. Ele dizia: ‘Meu filho, quando Jesus me levar, não esqueça o que aprendeu. Vai ajudar você a vida toda. Guarde com você. É muito melhor que dinheiro...’”.
E ele até deixou surpresas para nós. Surpresas de alegria. Lembranças, presentes, cuidados e carinhos... Sim! E propositalmente os deixou guardados para nos serem revelados apenas quando ele aqui já não estivesse. Queria nos alegrar com seu amor no nosso luto por ele. E conseguiu. Sim, não pelas coisas carinhosas, mas pela premeditação em amor, e pelo espírito de consolação que estava presente em cada um desses gestos...
À semelhança de José ele deixou instruções de fé sobre tudo, e se organizou em fé para depois que aqui já não estivesse.
Assim, meu mano, o que lhe digo é que você conheceu uma das criaturinhas mais especiais que passaram por esse chão de morte e dor; e que andou sobre brasas e não se queimou, e que visitou abismos e não se afogou, e conheceu milhares de dores e não se queixou; ao contrário: transformou-as em saborosos pratos de gratidão, os quais ele servia como um perpétuo garçom da vida.
Nele, que nos dá alegrias que são mais fortes do que a morte,
Caio
Manaus
AM
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